quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010



"BHAJA GOURANGA ! JAPA GOURANGA ! LAHA GOURANGERA NAMA HE ! "
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Jaya Radhe, Hare Krsna
Todas as glórias a Srila Gurudeva Bv. Narayan Goswami Maharaja e aos vaisnavas puros que tem dado inspiração a almas caídas como eu a continuar cantando os Santos Nomes, anikas e estudando a respeito da Consciência de Krsna. Espero que todos que acessam o blog estejam bem, com saúde e tirando algum proveito das mensagens postadas aqui.

Na intenção de servir a Sri Guru e vaisnavas,
Vaisnava dasa anudasa
Adhoksaja Das

Dandavat pranamas
Hare Krsna.

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"Devoção

Pura"



"na dhanam na janam na sudarim

kavitam va jagad-isa kamaye

mama janmani janmanisvare

bhavatad bhaktir ahaituki tvayi"



Tradução



“Ó Senhor, não desejo

acumular riqueza, seguidores,

belas mulheres, ou salvação.

Minha única súplica é por

Teu serviço devocional sem causa,

Nascimento após nascimento.”



"Iluminação"



"Temos de tentar nos mover nessa direção. Sri Chaitanya Mahaprabhu diz: “Não quero nenhum dinheiro (na dhanam), não quero a companhia de belas mulheres (na sundarim). Não quero um bom nome, ou a fama de um poeta (kavitam va).” Esse é o significado geral desse verso, mas foi profundamente analisado nos comentários de Bhaktisiddhanta Saraswati e Srila Bhaktivinoda Thakura.

Nosso guru maharaja comentou que riqueza, seguidores, mulheres e erudição representam nesse verso dever, riqueza, prazer sensual e salvação (dharma, artha, kama, moksa). Srila Bhaktivinoda Thakura explicou, nesse contexto, que “riqueza” significa a riqueza que vem em conseqüência ao cumprimento dos deveres prescritos. Também pode significar artha, desenvolvimento econ6omico. Ele diz que “seguidores” quer dizer relações físicas para conforto: esposa, filhos e assim por diante. A palavra sundarim significa kama, a companhia de belas mulheres. E kavitam, poesia, representa moksa, liberação. Aparentemente, a liberação tem um valor alto, mas na realidade trata-se apenas de palavra floreada como na poesia. A liberação é imaginária, pois seu resultado final é a extinção da existência do indivíduo.



Capitalistas do Serviço



Sri Chaitanya Mahaprabhu diz: “Ó Senhor do universo, oro somente por devoção espontânea a Ti, imotivada por qualquer recompensa. Desejo uma atitude de servidão natural.” Prema significa afeição, amor. Prema quer dizer que: “Tenho de te servir, e em troca tens de me conceder mais tendência a te servir — mais energia e mais anseio em te servir. Meu afeto por ti vai incrementar e os juros vão virar capital, como nos negócios financeiros.” Dessa forma, o devoto ora a Krsna que: “Estou Te servindo, e se quiseres me pagar com alguma coisa, então, dá-me mais capital a fim de incrementar minha tendência serviçal, para que esta seja aumentada.

“Meu Senhor, seja qual for minha situação de nascimento, conforme meu karma, desejo somente Te servir, e oro por serviço desmotivado, sem nada em troca.”

Há quatro tipos de tentações comuns que nos rodeiam pelas quatro direções: dinheiro, seguidores, mulheres e liberação, e isso significa dharma, artha, kama e moksa. A gradação dos diferentes objetivos da vida foi representada cientificamente dessa forma.

Mas Sri Chaitanya Mahaprabhu diz: “Meu Senhor, não tenho atração pôr nenhuma dessas coisas, somente pôr Ti. Nem mesmo desejo liberação. Não vou pedir: ‘Dá-Me liberação, pois serei capaz de Te servir melhor pôr estar liberado.’” Não se deve impor tal tipo de condição à divindade. A prece mais pura é: “Posso ser pássaro ou animal, aqui ou ali, até mesmo no inferno, conforma meu karma ¾ não importa. Todo meu anseio é de me concentrar numa única coisa: suplico para que minha atração por Ti nunca seja perdida. Suplico para que possa ser sempre aumentada”.

Bhakti, devoção, é ahaituki, sem causa. É bem natural e não possui outro anseio. Alguém pode dizer: “Nunca desfrutarei do lucro, se os juros forem reinvestidos como capital”, mas estaremos interessados no desfrute através da auto-entrega. “Que outros desfrutem às minhas custas”¾ essa é a base do desfrute supremo. O devoto pensa: “Que Krsna desfrute com outros ¾ serei o bode expiatório”.

Bhaktivinoda Thakura diz que, quando uma criança não possui conhecimento, não pode se defender ao ser atacada por um inimigo ou doença. Do mesmo modo, quando a realização do santo nome está num estágio infantil, no começo, podem prevalecer crimes e ofensas contra o nome. As ofensas não se aproximam quando a realização cresce, mas muitas ofensas podem vir e atacar o principiante.



Esquadrão Suicida



Bhaktivinoda Thakura diz: “O santo nome é tão belo, gracioso e atraente que desejo morrer junto a todas as ofensas a ele, para que outros possam desfrutar do seu néctar!” Ele queria se sacrificar como na guerra, quando o esquadrão suicida pulava na chaminé de um navio com bombas nas axilas. O esquadrão suicida começou na campanha do Japão contra os Britânicos, e quando Hitler ouviu falar sobre a coragem deles, disse: “Temos algo a aprender do Japão.” Assim, Bhaktivinoda Thakura ora: “Quero acabar comigo junto com todas as ofensas contra o nome, para que outros possam desfrutar do néctar do santo nome.”

Vasudeva Datta também orou: “Dá-me todos os pecados de todas as almas, e atira-me no inferno eterno, para que elas sejam beneficiadas. Dá-lhes amor por Krsna.” Ele não morre devido a esse sentimento altamente generoso. É dito: “Morrer para viver.” Encontraremos um alcance vivo da vida superior quando tivermos tanta apreciação pelo Senhor a ponto de sentir esse tipo de sentimento. Esse é o desfrute que desejamos.

O último verso do Siksastakam de Sri Chaitanya Mahaprabhu explica esse sentimento. Encontramos um outro exemplo a esse respeito quando o grande sábio Narada veio até as gopis e lhes pediu a posira de seus pés de lótus para tratar da dor de cabeça de Krsna. Encontramos o mais alto nível de abnegação nesse episódio, e esse é o sentido da devoção. A vida do devoto á baseada em sacrifício. Quanto maior o sacrifício, maior o benefício. Sacrifício significa: “Morrer para viver.” Esse á meu ditado favorito. São palavras de Hegel: “Morrer para viver.” Krsna é o consumidor supremo conhecido neste mundo. Não devemos hesitar em nos entregarmos a Ele.





"Rei

da Terra

do Amor"



"ayi nanda-tajuna kinkaram

patitam mam visame bhavambudhau

krpaya tava pada-pankaja

sthita-dhuli-sadrsam vicintaya"



Tradução



“Ó filho de Nanda Maharaja,

sou Teu servo eterno,

mas devido a meu próprio karma,

caí neste terrível oceano

de nascimento e morte.

Aceita esta alma caída

e considera-me

uma partícula de poeira

a Teus sagrados pés de lótus.”





Iluminação



"Sri Chaitanya Mahaprabhu ora aqui: “Ó Senhor, por favor, leva-me em consideração; quero entrar no reino de Teu olhar misericordioso. Não sei cuidar de mim mesmo corretamente, por isso, solicito Teu cuidado. Por favor, acaita-me e deixa-me ingressar. És o meu guardião. Quero viver sob Tua proteção.”

Mas quem é Ele ? Ouvimos diferentes conceitos sobre Deus, mas aqui chegamos aum belo conceito sobre Deus ¾ Krsna, o filho de Nanda Maharaja. Isso só se encontra em Vrndavana.

Um grande erudito espiritualista chamado Raghupati Upadhyaya encontrou-se certa vez com Sri Chaitanya Mahaprabhu perto de Mathura. Eles tiveram uma discussão e Mahaprabhu perguntou-lhe: "A quem desejamos ter como nosso mestre ? Quem é o objetivo final de nossas vidas ?" Raghupati Upadhyaya respondeu:



srutim apare smrtim itare tam anye bhajantu bhava-bhitah

aham iha nandam vande yasyalinde param brahma



"Aqueles que temem o renascimento neste mundo devem seguir o conselho das escrituras Védicas , os outros podem seguir o Mahabharata ; mas quanto a mim, sigo Nanda Maharaja, em cujo quintal a Suprema Verdade Absoluta brinca como uma criança."

As pessoas geralmente estão sob a guia do smrti, a lei Védica no sistema de

varnasrama-dharma, ou deveres sociais Védicos. Ocupam-se dessa forma em

deveres corpóreos com um tom de religiosidade. Entretanto, aqueles que estão livres das demandas físicas, e tentam transcender esta vida de desfrute e exploração, geralmente orientam-se pelos Upanisads, por neles encontrarem instruções mais elevadas.

Raghupati Upadhyaya diz: "Não me importo com tudo isso, mas sinto necessidade de seguir a guia do meu coração. Não estou muito preocupado com o cérebro; considero que a verdadeira paz relaciona-se ao coração. E meu coração está sempre atraído ao pai de Krsna, Nanda. As autoridades afirmam que Krsna é a Suprema Verdade Absoluta, e esse absoluto está engatinhando no quintal de Nanda Maharaja, assim, vejo realidade concreta lá."



Como foi que Nanda atraiu a Suprema Verdade Absoluta ? O devotado rei Pariksit Maharaja pergunta ao menino santo Sukadeva Goswami, no Srimad-Bhagavatam (10.8.46):

nandah kim akarod brahman sreya evam mahodayam

yasoda ca maha-bhaga papau yasyah stanam harih



"Ó conhecedor do Brahman, estás sempre absorto no mundo exclusivamente consciente. Não se encontra nenhum vestígio de referência objetiva mundana em ti, pois estás sempre ocupado no mundo subjetivo do espírito. Tua consciência nunca volta a este nosso mundo objetivo. E dizes que Krsna é a Verdade Absoluta Suprema. Meu mestre, faço-te uma pergunta: que dever Nanda executou, que tipo de realização Nanda teve para que a Verdade Absoluta lhe fosse tão íntima a ponto de aparecer como seu filho e engatinhar em seu quintal ? Parece que Ele está sob o controle de Nanda. O que é isso ? É a coisa mais espantosa. Como é possível ?



A Essência Suprema Mamou em Seus Seios



"Os ioguis, os rsis, os maiores eruditos e penitentes dizem que às vezes têm um raro vislumbre de seus objetos de aspiração e realização, mas depois retornam subitamente. Não conseguem manter a atenção nesse plano por longos períodos de tempo. Como é possível que a Substância Suprema sente no colo de Yasoda e mame em seus seios ? Se tais coisas são reais, se tudo isso é possível, por que eu não deveria estar atraído pelo método que me pode conceder tanta intimidade com a entidade suprema ?"

Raghupati Upadhyaya expressa um ego similar. Ele diz: "Não quero me envolver na discussão e análise sutis das escrituras; só quero me render a Nanda e a seu grupo. Quero por meu nome na lista onde Nanda é o guia mestre."

Podemos obter um bom destino pelo exercício da energia (karma); se não tivermos fé nas conquistas do karma, poderemos tentar a salvação através da elevação da consciência. Mas se inquirirmos sobre a solução da vida com a ajuda de peritos desse reino espiritual superior, como Narada e seu grupo, poderemos ingressar na terra de amor e dedicação.

Minha fé e meu bom senso sobre religião me dizem que se eu vir essa Verdade Absoluta Suprema, que é tão rara de ver , e percebê-lA real, concreta e íntima, encantando diretamente ao meu coração, por que deveria então me ocupar numa busca pelo impossível ? Vou apelar diretamente ao objeto da minha busca. Se alguém me disser que um falcão arrancou minha orelha, será que devo ir atrás do falcão sem primeiro tocar minha orelha para ver se ainda está lá ? Pôr que devo correr daqui para lá se posso ter a Verdade Absoluta tão intimamente ? Se a Verdade Absoluta veio tão gentil com todo Seu encanto, e Seu encanto não é um segredo, e muitos estão atraídos por Ela, por que devo correr atrás da fantasmagoria dos meditadores, abstratores e renunciadores ? Nunca. É questão de bom senso. A correta compreensão que é dada pelas autoridades é que Krsna, o filho de Nanda, é o Supremo. Podemos perguntar, quando chegamos a esse padrão: "Ó filho de Nanda, Krsna, rei da terra do amor: suplico por Teu afeto. Sou teu servo. Sinto interiormente que tenho alguma conexão Contigo. Sou subordinado a Ti, entretanto, estou em circunstâncias adversas. Sinto haver tantos inimigos dentro de mim que tentam me distanciar de Ti para que não possa fixar minha atenção o tempo todo em Ti. Sinto ao mesmo tempo no fundo de meu coração que és o meu mestre, és tudo para mim. Meu coração não se satisfará sem Tua companhia. Por isso é que apelo a Ti: estou em circunstâncias desfavoráveis; estou sofrendo, e sem Tua graça, não vejo meios para aliviar da presente posição de aprisionamento."



A Alma é Como um Raio de Sol



Foi dito: "Sinto que não estou eternamente conectado a Ti; se fosse assim, essa separação seria impossível. Não sou Tua porção plenária como um avatara." Outras encarnações do Senhor Supremo são Suas expansões plenárias (svamsa), mas o jiva é uma represenção parcial de Sua potência (vibhinnamsa). Krsna diz no Bhagavad-gita que os seres vivos são Suas partes, parcelas. A alma vem da potência marginal (krsnera tatastha-shakti, bhedabheda prakasa). A alma é uma parte fragmentada atômica da potência do Senhor assim como um raio do sol. Aqui o devoto ora: "Não sou parte, parcela de Teu próprio corpo, não sou nem mesmo um raio, mas a minha imagem aproxima-se de uma partícula de areia, uma partúcula de poeira ¾nem mesmo um partícula de raio vindo do brilho de Teu corpo." Sriman Mahaprabhu está dessa forma representando em nosso benefício para que nossa petição seja desse tipo: "Não posso me permitir o pensamento de que possuo tamanha sorte de ser considerado uma parte inseparável de Ti. Sou uma parte separável, mas também quero Tua graça. Por favor, sê bondoso comigo; invoco Tua misericórdia por um privilégio especial. Aceita-me em qualquer posição conectada a Ti ¾ mesmo a posição mais baixa. Aprova ao mesmo isso. Considera-me como uma partícula de poeira a Teus pés. Essa é minha súplica."


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